Pseudonimos

Pseudonimos

          Como minha família imediata e eu nunca gostamos de ver nossos nomes no noticiário, achei melhor criar pseudônimos para cada um de nós. Também decidi que era sábio ser prudente ao escrever sobre pessoas com quem desenvolvi um relacionamento não amistoso, de modo que suas aparições ocasionais na minha história também fossem encobertas por pseudônimos.

         Como costuma-se dizer, não se deve falar do diabo para não o atrair. Portanto, nunca pronuncio o nome daqueles que não desejo ver.

Tendo decidido usar alônimos, eu os escolhi principalmente na mitologia grega. E minha escolha de denominação para cada pessoa é baseada nas semelhanças, do meu ponto de vista, entre esses personagens mitológicos e cada uma dessas pessoas na vida real.

Numa tentativa de explicar o começo do mundo de acordo com a mitologia grega, listo as divindades primordiais, que foram os primeiros deuses e deusas nascidos do Caos ou de Cronos, a personificação do tempo, enquanto Gaia, a Terra, deu à luz os Titãs, que se tornaram membros da segunda ordem de seres que precederam os numerosos personagens olímpicos.

Agora eu apresento a minha família imediata e algumas pessoas estão intimamente relacionadas a mim:

Anastásia Perséphone da Cattapreta Luciânia Malamos Gouthier –   É a sua autora A.L.P. Gouthier, assim como a personagem principal e a narradora.

A autora especialmente incorpora o nome Anastásia devido a metamorfose de personalidade que sofre após se apaixonar por Joseph Eros, e adiciona Perséphone ao seu nome após sua união com Edward Hades.

Perséphone na mitologia é a filha de Zeus e Deméter, que foi sequestrada por Hades, deus do submundo. Cada vez que Perséphone volta à Terra marca o início da primavera. Nesta biografia, Anastásia Perséphone é a mãe de Xena Olympia, a princesa guerreira, e Michael Perseus, um semideus.

Era a regra de Fates, ou destino, que qualquer pessoa que consumisse comida ou bebida enquanto estivesse no submundo seria condenada a ali passar a eternidade. Como Hades deu a Perséphone sementes de romã para comer, ela foi condenada a passar vários meses de cada ano no submundo. Durante esses meses, Perséphone sentou-se no trono do mundo subterrâneo ao lado de seu marido Hades.

As Fates eram as encarnações do destino que controlavam o caminho e estilo de vida de todos os mortais, do nascimento à morte.

 

Antônio Zeus de Rezende Pereira Luciânia – É o pai de Anastásia, quem ela sempre viu com o rei do mundo onde ela nasceu.

Na mitologia grega, Zeus era o deus do céu e governante dos deuses do Olimpo. Sua arma era o raio, que ele lançava contra aqueles que o desagradavam, especialmente os mentirosos, e ele usou seu escudo para criar dilúvios e tempestades. Como governante, ele era a fonte do poder real, sustentador de instituições e protetor de sua comunidade, especialmente em relação aos mais pobres e menos afortunados. Ele era casado, mas muitas vezes testava a paciência de sua esposa, porque era famoso por seus muitos relacionamentos amorosos.


           Clara Deméter Dayrell da Cattapreta Luciânia – É a mãe de Anastásia que sempre a amou e protegeu.

 Deméter, na mitologia, é a deusa da colheita, que faz as lavouras crescerem a cada ano. Quando sua filha Perséphone foi sequestrada por Hades para ser sua esposa, Deméter lançou uma maldição sobre a terra, o que fez com que as plantas murchassem. Zeus, alarmado, buscou o retorno de Perséphone. Portanto, foi decretado que Perséphone passaria apenas parte de cada ano no submundo, mas durante esses meses Deméter retirava sua benção ao mundo, fazendo com que a Terra esfriasse, assim criando o inverno. E o retorno de Perséphone a cada ano dava início à primavera.

Deméter era também conhecida por fundar os Mistérios Eleusinianos, que eram iniciações realizadas todos os anos para seu culto a Deméter e o de Perséphone. Esses mistérios se referem não apenas ao retorno da vida a cada primavera, mas também à reencarnação da alma humana em uma próxima vida.

Antenor da Cattapreta Pereira Luciânia – É o irmão de Anastásia, e cinco anos mais novo que ela. Quando pequenos eles eram fisicamente semelhantes, mas suas escolhas de vida não tinham nada em comum com as de sua irmã mais velha.

Na mitologia grega, Antenor era o conselheiro do rei Troia, que antes do início da Guerra de Troia tentou evitar um conflito em favor de uma resolução pacífica.

Na minha história, como na vida real, atormentado pela perseguição à família após a morte de seus pais, Antenor encontrou sua paz passando cada vez mais tempo em seus refúgios no campo.

 

Clarissa Demétria da Cattapreta Luciânia Tiburtia – É a irmã mais nova de Anastásia, que era sob todos os aspectos o oposto de Anastásia.

O seu nome tem uma dupla referência ao nome de sua mãe, Deméter, com quem ela compartilhava muitas características, mas certamente não todas. Ambas eram ligadas à terra, na qual cultivavam as flores mais bonitas. Clarissa Demétria nunca deixou sua terra nativa e foi casada com Tiburtius.

 

Joseph Alexander Eros Martinez Dallarosa – Jo. Foi o grande amor da juventude da nossa heroína que fez com que sua personalidade se metamorfoseasse, e portanto, que seu nome se estendesse para Anastásia.

Ele a levou das Neves de Boston para a Ilha da Paz. A lembrança de seu amor impossibilitava que ela encontrasse tranquilidade em qualquer outro lugar do universo, exceto na ilha de Eros. Então, ela sempre volta para a terra dele, a formosa Ilha da Paz.

De acordo com Hesíodo, c. 700 AC, Eros foi o quarto deus a existir, depois de Caos, Gaia e Tártaro – o Abismo. Na mitologia, quando Eros se apaixona por Psyche, a alma humana, sua frágil paz é arruinada pelos sonhos e planos mortais desta. Assim, ferido, Eros se afasta, e Psyque, a sua Perséphone, se arrepende de suas ações e para sempre perambula pela Terra procurando por ele.

Edward Hades Anglikis Malamos – foi o primeiro marido de Anastásia Perséphone e pai de seus filhos Xena Olympia e Michael Perseus.

Edward Malamos através de sua aliança com as mundo dos infernos, em época de sua união com Anastásia, incorpora Mefistófeles, tornando-se Edward Hades.

O mitológico Hades é o rei do submundo e governante dos mortos. Ao seu comando, poderosos trovões explodem e relâmpagos chamejam. Como as palavras têm poder, os gregos não evitavam de expressar o seu nome. Eles também o chamavam de Plouton, termo derivado da palavra riqueza.

Embora sendo um Olímpio, Hades geralmente preferia residir no submundo, onde sua arma favorita era um forcado com o qual ele criava terremotos. E em suas viagens pelas terras dos vivos, ele preferia usar o capacete da invisibilidade, o que lhe permitia ver tudo, enquanto permanecia invisível.

Malamos é o tempo futuro da palavra Malami derivada do Esperanto, e é formada pela junção de mal + ami, implicando horror ou aversão. Consequentemente era para Anastásia um nome muito sugestivo.

 

Xena Olympia Luciânia Malamos Dalltyrol – É filha de Anastásia Perséphone e Edward Hades Malamos. Ela é bela, forte de personalidade e particularmente inteligente.

Olympia foi o local dos primeiros jogos olímpicos em 776 AC. Está localizada na borda ocidental do Peloponeso grego e se tornou o centro de culto a Zeus. E Olympia também é o nome da mãe de Antônio Zeus - Olympia de Rezende.

Enquanto Xena, o mito, é uma princesa guerreira que em suas jornadas lendárias se torna uma heroína tentando ajudar as pessoas necessitadas. Sua arma favorita era o chakram, artefato de arremesso que ela magistralmente desviava para vários alvos de uma só vez.

Em suas lutas pela vida, Xena Olympia se aliou aos guerreiros do Sul do Tirol. Ela se casou com Vladan Dalltyrol e eles foram beneficiados com o nascimento de um presente da deusa Isis.

 

Michael Perseus de Luciânia Malamos – É o filho de Anastásia Perséphone e Edward Hades Malamos. Ele cresce e se torna um belo jovem e é sempre um filho muito amoroso.

Segundo o mito, Perseus cresceu e se tornou um jovem forte que corajosamente partiu em suas aventuras. Em um país desconhecido, ele entrou na caverna pertencente à Medusa, que era uma criatura cujo olhar aterrorizante petrificava qualquer um que olhasse em seus olhos. Perseus enganou a Medusa e lhe cortou a cabeça, depois colocada em uma bolsa mágica.

De volta a seu caminho, Perseus encontrou uma linda mulher acorrentada a uma rocha. Ele perguntou-lhe o motivo do castigo e ela explicou: “Fui castigada porque minha mãe se gabava de que eu era mais bonita que as ninfas do mar.” Perseu cortou as correntes de Andrômeda e eles viveram felizes juntos por muitos anos. Seus descendentes se tornaram os grandes reis Bergin-Malamos.

Voltando para casa de suas viagens, Perseus ouviu que o mundo maltratara sua mãe Perséphone. Ele ficou furioso e partiu para vingá-la. Perseus percorreu então a terra e a cada vez que dizia a frase "Que meus amigos protejam seus olhos!", levantava a cabeça da Medusa da bolsa mágica, transformando seus inimigos em pedra.

Albert Ovid Freyr Gondin Gouthier – É o segundo marido de Anastásia Perséphone, e ele também foi o seu primeiro namorado - embora na época platônico. Albert Ovid Gouthier é um belo homem, cujas principais características são a gentileza e a bondade. No passado distante, quando ele olhou nos olhos de Anastásia, se apaixonou profundamente por ela. Então, em seu coração, esperou a vida inteira até que ela voltasse para ele.

Freyr é um dos deuses mais importantes da religião nórdica. Seu nome se deriva da palavra proto-nórdica que significa sol e tempo bom. Nos livros islandeses de Edda Freyr, ele navega em um navio que era sempre agraciado pelas brisas auspiciosas. E durante a batalha da vida ele usava uma espada mágica para conferir paz aos mortais.

                        Enquanto isso, Albert Ovid Freyr é um descendente dos antigos Godos, povo germânico oriental que dominava uma vasta área da Europa central. O reinado dos Godos se estendeu desde o Danúbio até as montanhas Urais e do mar Negro ao mar Báltico.

Na imagem, "Freyr" (1901) por Johannes Gehrts.

 

A seguir, listo personagens que aparecem em capítulos específicos, aos quais também preferi dar pseudônimos.

 

Personagens do capítulo 20, intitulado Dança Demoníaca:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                   Os dançarinos de Yare ou Los Diablos Danzantes del Yare.

 

Este é o nome de uma festa comemorada em San Francisco de Yare, estado de Miranda, na Venezuela. Ao usar máscaras temíveis, os habitantes das cidades esperam incorporar os poderes representados pelas máscaras.

Mas uma aparência feroz esconde uma alma terrível?

Não necessariamente. Todo o propósito de usar uma máscara diabólica é ocultar todos os próprios pensamentos e características.

 

Exemplos de máscaras nos pesadelos de Anastásia:

          

A máscara Polemos Yare é usada por alguém conhecido por suas ações polemicas.

            Na mitologia grega era a personificação do conflito, e na peça de Aristófanes, Acheronian, é relatado que Polemos foi banido de reuniões por causa de seu comportamento perturbador. Com Tumult como seu capanga, ele trouxe guerra para a casa de Zeus, assim enterrando a paz.

                                

A máscara Tonius Yare, escolhida por dancante mais jovem que muitos, que teve sua presença marcada por circunstâncias infortunas fora de seu controle.                                 

  

             

 

Outras máscaras Yare masculinas.

 

 

 

 

 

As máscaras She-Yare são usadas por dançantes femininos.

 

 

 

 

E ainda no capítulo 20 temos:

 

 

As Três Marias, que formam o coro uníssono de fundo. 

 

 

 

Personagem no capítulo 21, intitulado A Segunda Frente:

 

            Neste capítulo, a personagem principal Anastásia Perséphone se torna uma Hidra, pela sua necessidade de batalhar em várias frentes ao mesmo tempo.

Na mitologia grega, a Hidra de Lerna é uma serpente aquática monstruosa que residia na entrada do submundo. Quanto mais sua cabeça era cortada, mais cabeças nela cresciam.

 

 

 

 

Personagens no capítulo 33, intitulado Mendacidade:

Apate Pithos é uma mulher que se envolve em uma trama complicada que visa extrair fortuna de Perséphone. Após anos de planejamento, ela não consegue obter nenhum lucro material com esses planos. Como Apate na mitologia é a personificação da falcatrua, e Pithos é o nome grego de um grande vaso de armazenamento, Apate Pithos representa um recipiente de truques e fingimentos.

    

Eduard Dolos Oswald foi companheiro de Apate, quem primeiro traçou os planos diabólicos voltados contra Perséphone. Na mitologia grega, Dolos era o espírito de astúcia, aprendiz de Titã Prometeu. Ele se tornou conhecido por sua habilidade quando fez uma estátua de Veritas em argila e induziu as pessoas a pensarem que era uma estátua de pedra. Seu equivalente romano é Mendacius.

 

O Python Daimone advocat foi o segundo aliado de Apate nesse projeto perverso. Na mitologia, Python era o dragão da terra de Delfos, e o nome Python pode derivar do verbo pytho, que significa apodrecer.

 

 

 

 

Uma She-Daimone Advocat é a última associada de Apate na sua campanha contra Perséphone. Ela também pertence ao tipo de Daimones que flutuam sobre a terra.

 

 

 

 

           

 

 

          

 

 

               Os  Daimones Advocats vivem numa área entre o Céu e a Terra.

 

De acordo com o mito de Hesíodo, eles são espíritos da natureza semelhantes aos fantasmas, que são apenas sentidos, ou seja, presume-se sua presença invisível.

A caracterização dos Daimones como perigosos foi desenvolvida por Platão, cujo Simpósio ensina que o amor pode ser um demônio em forma de ódio. Na acusação contra Sócrates em 399 AC, Platão supôs que Sócrates havia introduzido seres demoníacos em seus escritos, criados por sua própria autoconsciência.

Por fim, os Comentários de Pitágoras afirmam que ‘Todo o ar está cheio de almas’, representando a visão de que os Daemones são internalizados por muitas almas ou pessoas.

Enquanto o famoso e paradoxal ditado de Heráclito declara que 

                   O caráter é, para o homem, seu demônio.

Que pode ser reformulado como:            

           A ausência de caráter é o demônio da humanidade.

 

Na vida real de todo dia o uso de daemones contra outros seres é frequentemente efetivado. E alguns destes infelizmente optam pela profanação e a deturpação moral do caráter da vítima.

"Mas qual é o sentido disso?", Anastásia exclama.

“É só para me atormentar? Eu já tive minha reputação destruída e isso não vai agora mudar a minha vida. Ou é ainda a ilusória esperança de ganho material? Essa também permanecerá não realizada.”

Latest comments

24.01 | 15:39

Ganhei o livro de minha amiga M. Renault e li con sofreguidão o que se passa no início da década de 60, o Minas, os amigos de M.Renault na época, saudades...

04.11 | 12:35

Onde comprar? Pela internet não achei.

25.08 | 16:07

Está perfeito.Parabéns.Adorei

26.03 | 16:05

Acho que o sofrimento e as perseguições o mudaram, mas ele nunca perdeu seu lado humano.
Fiz o melhor que estava em meu alcance por ele.
Sinto muito sua falta!