Pindorama em portugues.
Em Pindorama eu apresento a história do Brasil de um ponto de vista diferente de nossos livros escolares, que foram escritos pelos vencedores do processo de colonização.
Tendo estudado numa universidade americana e também vivido há muitos anos no que é chamado de velho continente Europeu, eu era familiar à descrição usual das origens culturais do povo brasileiro.
Comentários como – A sua história só tem 500 anos! Ou também – Os portugueses encontraram no Brasil somente
indígenas selvagens, desprovidos de almas. Ou ainda – O nível cultural dos povos que habitaram as terras brasileiras nunca se desenvolveu além dos conhecimentos para a mais precária sobrevivência.
Através de minha investigação eu compreendi que a cultura se desenvolve como resultado da necessidade, e portanto cada povo cria
aquilo que carece, dentro da limitação dos materiais disponíveis em cada área. E descobri o quão extenso era o conhecimento indígena sobre antídotos para venenos de picadas de animais, e também sobre
o tratamento dado as terras em áreas da Amazônia, conhecido como Terra-preta, e sobre um possível princípio de escrita através de grifos, utilizada pelos povos de Marajó, entre vários outros pontos que descrevi
na primeira parte do meu livro.
Eu portanto resolvi me referir ao Brasil pelo seu nome de origem Tupi, A Pindorama, ou a Terra das Palmeiras porque a nossa terra tinha um nome antes da chegada dos
portugueses e tinha um idioma também que foi usado até a segunda metade do século 18, quando os portugueses proibiram o uso da língua Tupi nas escolas.
Em meio de uma busca preliminar das origens ancestrais de minha família, eu descobri uma antepassada indígena que viveu na primeira metade do século 19, no oeste de Minas Gerais e provavelmente do povo Krenac. Isso me levou a interessar-me
pelo estudo dos povos indígenas brasileiros. E passo a passo a pesquisa me levou a um passado longínquo, quando os seres humanos despontavam da África pela primeira vez.
A trilha percorrida por esses primeiros viajantes segue por caminho lento e tortuoso e para a minha surpresa, descubro que os primeiros a chegar não foram aqueles de origem asiática como pensado anteriormente. Em vez disso descubro indícios
irrefutáveis da chegada à Pindorama, ou a Terra das Palmeiras, pelo menos 40,000 anos antes da vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo povos de origem negroide, que chegando pelo extremo sul do continente e subiram provavelmente até o litoral
norte.
E já que eu também tentava entender os motivos que levaram os povos a se deslocar de seu habitat através
de desertos, mares e selvas, o meu material cresceu de forma exponencial.
A informação que apresento está focada
nos aspectos práticos da vida das pessoas nesse passado longínquo, enfim de sua sobrevivência. Mas além da antropologia e da genética, as ciências que muito ajudaram a minha busca sobre o caminho percorrido foram a etnografia
e a etimologia.
Na segunda parte do livro eu analiso os povos que chegaram às terras do pau-brasil antes das descobertas
das riquezas minerais, também procurando explicar o porquê de seu deslocamento. A sequência de meus capítulos representa ao a sua verdadeira ordem de chegada dos vários povos. Por exemplo, os franceses já negociavam
pau-brasil com os indígenas, décadas antes da visita de Cabral.
Finalmente eu termino esse livro antes das descobertas
de minerais preciosos pois foi isso que fez com que os portugueses verdadeiramente se interessar por essas terras, até então de segunda importância ao comercio com as Índias.
Até então servíamos como sitio para o excesso populacional europeu, e para a plantação da cana para fabricação do açúcar.
Alguns dos meus primeiros ancestrais parecem ter chegado ao nosso litoral ainda no século 16. Através do tempo
lutaram para sobreviver acreditando serem portadores de civilização, ou de salvação religiosa, aos nativos dessas terras selvagens. Pouco a pouco todos convergiram na direção das Minas Gerais. Os últimos foram
o contingente inglês, que veio no princípio do século dezenove. Estes, também com sonhos de aventura e muita coragem, e foram como os outros engolidos pela imensidão de um território rodeado por montanhas, e nunca mais
voltaram ao velho continente, até Anastásia.